
Ela voltou mais cedo para casa queixando-se de dor de cabeça e à noite começou a vomitar e ter convulsões. Após a morte, manchas escuras apareceram na pele da menina.
Levada a uma unidade de Pronto Atendimento em Arraial D’Ajuda, a garota, segundo conta o pai, ficou apenas tomando soro fisiológico. Luiz, que é pedreiro, reclama que não foi dada a atenção devida ao problema de sua filha.
“O médico Marcelo deixou minha filha no soro por uns 40 minutos e depois disse que poderíamos ir para casa. Quando atravessei a rua do posto e fui para o ponto de ônibus, a menina morreu ainda quando estava no meu colo”, contou o pai.
Pânico - Após a morte da garota, relata Luiz, houve um alvoroço no posto de saúde e ninguém mais dava informação. “O médico nem mais falou comigo. Quem falou sobre a possível causa da morte foi o enfermeiro, que me deu um medicamento”, relatou.
O remédio que o pedreiro recebeu chama-se Rifampicina. De acordo com o Ministério da Saúde, esse medicamento deve ser usado por pessoas que tiveram contato com infectados pela meningite meningocócica. Tia da menina, Maria de Fátima Neves Nunes, 33 anos, disse que funcionários da Vigilância Epidemiológica estiveram na casa da família ontem distribuindo o remédio e foram à escola que a garota estudava fazer o mesmo.
Revolta - A família de Eloísa ficou revoltada porque o corpo dela só foi retirado da unidade de pronto atendimento por volta das 14 horas de quarta, pois o motorista da ambulância, cujo nome não foi revelado, recusou-se a fazer o serviço.
O corpo da menina foi levado por uma funerária para o necrotério do Hospital Luís Eduardo Magalhães, onde foi coletado o líquor – material retirado da coluna vertebral que será analisado para saber se a causa da morte foi meningite meningocócica. De acordo com a tia da menina, Maria de Fátima, o motorista disse que estava com medo de se contaminar.
Surto - No fim do ano passado, Porto Seguro viveu um surto de meningite meningocócica C, a forma mais letal da doença. Oito pessoas foram contaminadas e seis morreram. Porto Seguro esteve no final de 2010 entre os municípios da Bahia com maior índice de infecção por meningite, com 9,8 por cada 100 habitantes contaminados – o segundo maior da Bahia, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab).
A Tarde
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