Nove meses depois do escândalo sexual envolvendo padres e coroinhas em Arapiraca, outro caso de pedofilia envolvendo adolescentes é denunciado em Alagoas: o chamado "leilão de virgindade". O caso está sendo investigado pela delegacia de polícia do município de União dos Palmares, a 80 quilômetros de Maceió. Na semana passada foram presas duas mulheres acusadas de recrutar garotas de 10 a 16 anos para os "leilões" em um bar da zona rural do município, próximo a uma rodovia.
As duas suspeitas foram soltas por ordem do juiz Ygor Vieira, da Justiça estadual. A decisão do magistrado deixou em pânico uma das supostas vítimas. Uma das garotas que teriam sido recrutadas pelas detidas afirmou que teme pela sua integridade física, já que elas seriam "perigosas".
Disse ainda que outras colegas também teriam participado das festas no Bar do Queijo. O dono do estabelecimento, Nelson Tenório, nega as acusações e diz que seu bar é "familiar".
No entanto, uma festa só não aconteceu no bar, na quinta-feira passada, porque foi cancelada pela Polícia Militar (PM) depois de uma denúncia do Conselho Tutelar. Quando chegaram ao bar, os agentes encontraram duas adolescentes com bebida alcoólica e à espera dos clientes. Os PMs prenderam em flagrante as duas organizadoras da festa, que agora respondem em liberdade por rufianismo, ou exploração sexual de vulneráveis.
A polícia investiga também a participação de autoridades - juízes, advogados, fazendeiros e políticos - nas festas. Apesar de se dizer ameaçada de morte, a adolescente denuncia a participação de "pessoas influentes" nos eventos, onde ocorreriam os "leilões de virgens". Ela contou também que tinha conhecimento dos objetivos das festas.
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