quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ex-vice prefeito de Eunápolis Jota Batista faz revelações bombásticas


Na última quinta-feira, ao tomar conhecimento de algumas apimentadas e efervescentes informações envolvendo as relações entre o prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira, o promotor Dinalmari Mendonça e o ex-vice prefeito Jota Batista, o diretor geral do jornal Topa Tudo dirigiu-se à cidade vizinha para, entre outras atividades, certificar-se das mesmas.

Veja abaixo, as bombásticas revelações feitas por Jota Batista acerca das denúncias formuladas por ele contra o atual gestor, assim como a questão pessoal que, segundo o ex-vice prefeito, envolve a interminável guerra entre as duas autoridades.  Havendo interesse do promotor para contestar as graves denúncias, o espaço logicamente encontra-se aberto para uso do mesmo. Também logo abaixo, o áudio com a entrevista completa do ex-vice prefeito.

1) Jota, você já teve uma grande atuação política em Eunápolis e região, e hoje se encontra totalmente afastado.  A que se deve isso?

JB: Em 2002 eu fui autor de uma proposta política inovadora para a nossa região. Eu fui candidato a deputado estadual não porque eu queria ser deputado ou precisasse ser deputado estadual. Ocorre que existia uma política burra aqui na região e as pessoas, ao invés de elegerem gente daqui, elas iam buscar gente de fora para eleger. Aí eu comecei a levar ao conhecimento da sociedade uma tentativa incessante de conscientização da população de Eunápolis, de Porto Seguro e região, para inverter esta ordem, para que pudéssemos eleger nossos líderes regionais e ter a representatividade política do nosso povo, e eu fui eleito suplente de deputado naquele ano. Hoje eu vejo que esta conscientização acabou acontecendo, quando agora pudemos acompanhar e eleger deputados da região. Eu já me sinto realizado na vida pública por ter contribuído para que isso viesse a acontecer.

Hoje estou estudando Direito, pois já fui radialista e acho que já dei minha contribuição para a sociedade, através do rádio, e eu tive um comportamento semelhante ao seu, Miro, sempre defendendo os interesses dos mais humildes, dos mais oprimidos, das classes excluídas e menos privilegiadas. E hoje eu vejo a nossa região evoluir economicamente e socialmente, e isso decorre desta evolução política. Existe até uma frase de Ulisses Guimarães quando ele dizia que “um líder fraco faz fraco um povo forte, e um líder forte faz forte um povo fraco”., e nossa região padecia de um líder forte. Me sinto honrado e felicitado em ter lutado para que tudo isso viesse a acontecer.

Apesar de todas as divergências que tive com o prefeito Robério Oliveira, hoje sou obrigado a admitir que ele mudou muita coisa em Eunápolis, sobretudo ao fomentar uma ruptura com uma teoria atrasada, uma teoria burra. Eu acho que a cidade evoluiu muito com Robério. Eunápolis era uma cidade cheia de buracos e que não havia perspectivas de futuro, tínhamos malmente o 2º grau e nossos filhos estavam fadados ao insucesso. Hoje temos quase 10 instituições de ensino superior. Hoje temos a Unesulbahia e que é uma referência nacional em Direito, me parece que a 7ª maior do país. Hoje temos recebido grandes empreendimentos, como o Atacadão, que mudou toda a estética econômica da cidade, gerando empregos e enriquecendo nosso povo. Hoje caminhamos independente da Veracel, e que era o nosso único fator econômico. Enfim, hoje temos novos caminhos e nos tornamos autosuficientes.

2) Mas o que houve de fato entre você e o prefeito Robério?

JB:Eu tenho muita tranqüilidade para falar sobre isso. Eu acho que houve um acidente político, uma coisa que aconteceu de forma involuntária. Eu fui envolvido numa inimizade pessoal e eu não sabia até então que havia por trás de tudo esta inimizade pessoal. Não era uma briga entre duas autoridades públicas, a questão era pessoal. O promotor Dinalmari Mendonça tem uma questão pessoal com o prefeito Robério Oliveira. Em razão desta inimizade pessoal veio uma manifestação odiosa e raivosa de ambos os lados, tanto de Robério como do Dr. Dinalmari. Imagine você, como homem público, bem intencionado, no meio desta situação e o povo pedindo que você se posicione? Então, eu me posicionei no calor desta emoção. Não que eu quisesse o mal de Eunápolis, ou apostasse no quanto pior, melhor. Não era meu propósito ser prefeito da cidade, as coisas não foram fomentadas por mim, as coisas nasceram, infelizmente, em detrimento desta situação: uma guerra, um ódio de um lado e um ódio do outro lado. Uma coisa que na minha opinião tinha que ser resolvida num ringue, numa arena para resolver o problema deles. Enquanto isso não for resolvido, pessoas serão envolvidas e prejudicadas publicamente, porque eu fui prejudicado no meu futuro, nos meus sonhos, nos meus projetos, e outras pessoas serão prejudicadas, caso esta briga e esta inimizade pessoal continue.

3) Mas da onde teria nascido toda esta inimizade entre o promotor e o prefeito?

JB:Eu recebi uma informação de que esta briga entre os dois começou muito antes do Robério ser prefeito. A informação que eu tive é que durante um Carnaval um acabou se confrontando com o outro, me parece que em Salvador, quando alguém tentou subir num trio e foi barrado pelo outro. O resultado é que esta briga continua até hoje.

4) E como o promotor tem agido, nos parece que já foram feitas várias denúncias por ele contra o prefeito Robério?

JB:Eu me sinto extremamente aborrecido em falar sobre este assunto. Eu acho que as coisas erradas precisam ser denunciadas. O que a gente não pode em momento algum é fazer uso de uma prerrogativa que nos favoreça para resolver nossos problemas pessoais. Isso não deve acontecer, nem da parte do gestor e nem da parte do promotor. Usar da prerrogativa de promotor para prejudicar o prefeito é errado, e a sociedade não aceita isso. A mesma coisa vale para o prefeito. As coisas em Eunápolis vêm sendo conduzidas assim. Você entendeu a bagunça que é? Como você pode receber da sociedade credibilidade disso ou daquilo. Fica complicado dar crédito ao que uma parte diz da outra, e vice e versa. Acima de tudo existe uma inimizade pessoal, uma fomentação de todas estas situações, uma coisa indesejável, abominável, que é o ódio, a ira e a raiva. Isso não pode fazer parte da vida pública de quem quer que seja.

5) Comenta-se, inclusive, que muitas denúncias seriam articuladas pelo promotor...

JB:Exatamente, é o que eu falei no início: as coisas não partiram de mim, eu não fomentei, eu não iniciei, eu simplesmente fui envolvido numa situação que já existia. Quando às orientações e as conduções do promotor, em me induzir a me manifestar da forma que eu me manifestei, eu quero deixar claro isso. Infelizmente, a gente não pode diante de uma autoridade duvidá-la de forma incisiva. Ele estava ali me mostrando uma realidade de que ele estava se colocando na posição de um servidor público, em defesa da causa pública. A partir do momento que você descobre que não há um servidor público e sim um ser humano agindo em nome de uma fúria e de uma inimizade pessoal, a gente fica extremamente aborrecido e indignado da forma que eu estou.

6) Você diz que foi induzido pelo promotor a fazer denúncias contra o prefeito?

JB:Sem sombra de dúvidas. Eu estive com o promotor por vários momentos, em diversas ocasiões, e a forma que eu estou colocando aqui pra você é a forma mais precisa e verdadeira que eu teria para colocar esta situação e minha profunda indignação. Eu acho que é normal o promotor fazer uma denúncia e usar testemunhas, isso é extremamente normal, desde que a sua motivação seja em nome da ética, seja em nome da lei, seja em defesa da sociedade. Não pode ser uma questão pessoal. Eu acho que me envolver nestas questões fez mal à sociedade, isso não fez bem. Eu não sei como, mas acho que esta situação precisa ser resolvida, quando você é envolvido num projeto totalmente pessoal, conforme acabei de dizer.

7) É verdade que ele lhe dava denúncias prontas para você assinar?

JB:Ele por várias vezes já esteve aqui na minha casa ou mandou servidores do MP à minha procura, dizendo que estavam aqui a mando do promotor, e pediam que eu fosse ao MP. Eu chegava lá e me pediam documentos que porventura eu tivesse, além de disponibilidade para prestar depoimentos e informações contra o prefeito, a título de oferecimento futuro de denúncias, e de fato estas denúncias acabaram sendo oferecidas. Então, havia de fato este interesse. Eu não posso sinceramente negar esta informação.

8) E como é hoje sua relação com o prefeito Robério?

JB: Ele hoje é prefeito e eu sou cidadão. Respeito ele como gestor, sem ódio e sem rancor, muito pelo contrário. Tenho admiração pela sua gestão e meus desejos são sinceros para que ele continue seu trabalho, transformando as vidas que precisam ser transformadas, melhorando a qualidade de vida, fazendo mais pela educação e pela saúde. Meu desejo é que ele preste um bom serviço à sociedade, só isso. Robério tem grandes chances de fazer o seu sucessor, a oposição de Eunápolis está totalmente desmontada, embora a situação política para 2012 ainda esteja totalmente imprevisível.

9) E a partir de agora o que você pretende politicamente?
JB:Eu estou convicto de que já prestei o meu papel. Como todo homem, eu pratiquei erros e acertos. O que diferencia um homem bom de um homem ruim é a capacidade de reconhecer e admitir seus erros, os ruins são incapazes de admitir seus erros. Reconheço que cometi alguns erros na minha vida pública, assim como reconheço alguns acertos, a exemplo da contribuição decisiva que prestei à sociedade eunapolitana, baiana e brasileira, como radialista, vice prefeito e suplente de deputado estadual. Eu continuo nesta luta, de forma mais cautelosa, mais prudente, sábia e inteligente, com o mesmo propósito de continuar servindo à sociedade, agora através do Direito.

10) O que você nos diz da atuação do deputado Ronaldo Carletto em Eunápolis?

JB:Há uma idéia na cabeça das pessoas, um sentimento da sociedade, de que Ronaldo não é de Eunápolis. Ele tem feito tanto por Eunápolis que a idéia das pessoas daqui é a de que ele é de outra região, tanto que ele é relacionado como um deputado de fora, como deputado de Salvador, de qualquer lugar, menos de Eunápolis. Reflita você mesmo o nível de atuação que ele tem tido aqui como deputado estadual, nenhum projeto, nada. As pessoas acham que ele é um deputado estrangeiro, um simples visitante da cidade de Eunápolis. Ele teve poucos votos aqui, mas nem isso ele tem respeitado. Desejo que ele pelo menos devolva para a região tudo aquilo que ele recebeu da região, porque ele foi uma pessoa muito bem contemplada, muito bem acolhida pelo povo, as pessoas serviram muito ao deputado.

11) E a deputada Cláudia Oliveira?

JB: Vejo nela uma promessa. Ela está cercada de gente experiente, como o Vonca, que já foi deputado estadual e deputado federal, e o pastor Bené. A Cláudia é uma pessoa que tem um perfil muito bom para representar nossa cidade e região. Ela não é uma pessoa envolvida em falsos costumes e antigos vícios, ela representa uma cara nova para Assembléia Legislativa da Bahia, mostrando, assim como a presidente Dilma, sobretudo a força da mulher brasileira. Ela teve quase 60.000 votos e tem todo o crédito da região para fazer um bom mandato e corresponder à esta confiança.



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