foto ilustrativa
Uma dona de casa entrou em desespero ao ouvir de um médico do Pronto-Atendimento (PA) de Cobilândia, em Vila Velha/ES, que sua filha, de 29 anos, tinha apenas um mês de vida. Patrícia Teixeira Ferreira é viciada em crack, e o alerta foi feito no último dia 6.
Mas Osmarina Teixeira Ferreira, 55, não desiste de salvar a filha: ontem, ela foi ao Hospital Estadual de Atenção Clínica (HEAC), antigo Adauto Botelho, em Cariacica, e fez um apelo por ajuda.
Disse que a filha chegou a fumar 70 pedras de crack numa única noite. Já foi baleada e esfaqueada e só tem 29 anos.
A relação de Patrícia com as drogas começou aos 9 anos, quando ela começou a usar maconha e cocaína. A mãe disse que ela só não usou drogas injetáveis. Há três meses, o consumo de crack se intensificou, e a jovem não se alimenta e está tão fraca que não conversa mais. A comunicação é toda feita por meio de cartas.
Em outubro passado, a jovem teve uma overdose em casa, no bairro Vale Encantado, em Vila Velha. Desesperada, a mãe ligou para o Serviço Móvel de Urgência (Samu), mas não teve o pedido de socorro atendido. Na ocasião, a ajuda veio de um vizinho.
Atualmente, também é uma vizinha quem tenta ajudar Patrícia. Uma das soluções apontadas por ela foi uma vaga no Hospital da Polícia Militar (HPM), referência em tratamento de dependentes químicos. Mas, segundo a família, a resposta também foi negativa.
Socorro
Ontem à tarde, diante de uma crise de abstinência, um novo chamado foi feito ao Samu. A médica que atendeu ao telefonema disse que Patrícia deveria ser levada ao PA de Cobilândia. A Secretária de Saúde (Sesa) esclareceu que o Samu atende a casos de parada cardiorrespiratória, suspeita de infarto e suspeita de AVC (derrame), entre outras doenças graves. Disse, ainda, que a jovem foi encaminhada ao hospital referência.
Pedido de ajuda
"Não quero morrer nas drogas"
Socorro, não tenho mais força. Fundo do poço. Tô sem pulmão e com problemas nas costas.
Só sinto o esqueleto. (...) Não quero morrer nas drogas nem fumando nem bebendo. Só peço ajuda."
Ela trocava até roupa por droga
Para comprar a droga que consome, Patrícia Teixeira Ferreira já usou até o benefício da aposentadoria que a mãe recebe mensalmente. Ela pegava o cartão da mãe e sacava cerca de R$ 70,00. Hoje, tem que esconder o cartão, segundo Osmarina Teixeira Ferreira, mãe da jovem.
Dona Osmarina revelou que a filha já vendeu grande parte das roupas, roubou seis celulares dentro de casa e vendeu até xampu e rolos de papel higiênico. As roupas íntimas de Patrícia também já viraram moeda de troca para conseguir o crack.
A mãe revela que traficantes já foram mais de uma vez cobrar dívidas de drogas na porta da casa dela. E que já cansou de dar dinheiro para a filha, sabendo que o valor era para alimentar o vício da jovem. "É melhor do que ela roubar os outros", justificou.
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